Como é a leitura do projeto arquitetônico? Você já deve ter visto uma planta técnica de um projeto, certo?
Cheia de medidas, cotas e informações. De fato, para quem não tem um conhecimento técnico da construção civil, acaba sendo difícil de interpretar.
É até por isso que no site da 123Projetei, colocamos aquelas plantas humanizadas bem bonitas e coloridas. É para facilitar a visualização do cliente.
Contudo, as pranchas técnicas não servem para embelezar o projeto. Elas são técnicas e ponto. E para você conseguir acompanhar a execução dela, nós vamos te ensinar como interpretá-la.
A planta baixa possui todas as medidas da casa e especifica os afastamentos, estrutura, alvenarias, portas, janelas, mobiliário, vegetação, louças para banheiro e área de serviço, bancadas para cozinha, talvez alguns objetos de decoração e por aí vai.
Para conseguimos ler, precisamos diferenciar os elementos que ela possui.
1 – ESCALA: A escala faz a relação entre as dimensões de um desenho e o objeto que ele representa. No canto inferior esquerdo está a escala da planta baixa sempre específica isso, a nossa do exemplo está 1:100. Isso significa que cada 1 cm desenhado corresponde a 100 cm na realidade.
2 – IDENTIFICAÇÃO E MEDIDAS: Nessa planta técnica, cada cômodo aparece identificado por escrito. Logo abaixo, há sua área em metros quadrados. Também é possível saber qual o comprimento de cada parede, uma informação que aparece sempre próxima das respectivas paredes. O dormitório 02, por exemplo, tem paredes de 3,00 m, ele é quadrado. E ao todo tem 9,00m².
A altura das plantas baixas é sempre definida a 1,5 m do piso. Isso ajuda a padronizar os documentos e também a entender onde ficam as janelas do imóvel, como veremos logo adiante.
3 – PAREDES: As áreas preenchidas em branco representam as paredes do imóvel. Se elas tivessem espessuras diferentes, seria para mostrar a diferença entre paredes de concreto e drywall, por exemplo. O que não é o caso no nosso exemplo.
4 – JANELAS: Neste caso, as interrupções nas paredes externas são janelas, que mostram tanto o tamanho da esquadria (o retângulo) quanto a disposição das folhas de vidro (as linhas dentro dele). É comum encontrarmos as dimensões de altura, largura e comprimento desses espaços, sobretudo para diferenciarmos o que é uma janela e o que é uma porta de correr de vidro, por exemplo.
5 – PORTAS: Os arcos tracejados na parte interna da planta indicam a direção de abertura das portas, que são desenhadas como um retângulo fino.
6 – EQUIPAMENTOS: Pias, vasos sanitários e pontos para chuveiro já vêm sinalizados na planta baixa. Assim, mesmo que você escolha trocar a torneira ou a cuba depois, já sabe onde fica o encanamento e consegue visualizar o fluxo nessas áreas.
Quando há piscina na planta técnica, como é o caso nesta casa, ela também aparece desenhado
Dependendo do projeto, teremos um alto nível de detalhamento do telhado. Várias águas, vários caimentos, vários ângulos. Por isso, a planta de cobertura é fundamental para a execução correta do seu telhado.
E os elementos da planta de cobertura são:
1 – CUMEEIRA: a cumeeira que é o ponto mais alto da cobertura e por isso, caracteriza a divisão das águas e sua direção de escoamento.
2 – ESPIGÃO: Também é uma linha divisória de águas, inclinada, normalmente ligando cumeeiras de alturas diferentes ou cumeeiras a beirais.
3 – RINCÃO: Linha coletora de águas, podendo estar inclinada ou horizontal.
4 – BEIRAL: O beiral é a projeção da estrutura para fora do alinhamento da parede, onde se montam as calhas e tem função principal de evitar que a água caia diretamente na parede, ou entre pelas janelas e portas.
5 – TELHAS: Esta vocês já conhecem, as telhas formam a cobertura de qualquer edificação. Elas são essenciais tanto na cobertura aparente como na platibanda. Neste exemplo, temos telhas de fibrocimento com inclinação 10% e o lado para o qual cai a inclinação é especificado pelos triângulos pretos da planta técnica.
6 – ÁGUAS: O telhado é dividido em partes que chamamos de águas. Nesse sentido, o número de águas diz respeito à quantidade de direções que o telhado possui. Ou seja, podemos ter uma estrutura que escoa a água da chuva para diferentes planos inclinados. Observe quantos planos inclinados temos a partir dos triângulos pretos.
Essa planta técnica representa a localização do terreno dentro de uma área, mostrando as dimensões e arredores de onde o projeto será executado. Nela temos as dimensões do terreno – se houver alguma curva no terreno também será especificado -, e seus arredores como lotes e quadras vizinhas.
Os cortes servem para mostrar os compartimentos internos de um projeto, a altura do peitoril, tamanho das portas, entre outras informações que não ficam aparentes na planta baixa.
Um projeto deve ter, no mínimo, dois cortes. Um corte transversal e outro corte longitudinal.
Corte transversal (AA): o corte transversal é aquele que atravessa a planta baixa de um lado para o outro. É como se cortássemos a casa bem no meio olhando de frente (fachada frontal).
Corte longitudinal (BB): Já o longitudinal fazemos esse corte olhando a lateral da casa.
Assim como os cortes, a fachada tem como referência um plano vertical. Porém, esse plano não corta a edificação, sendo externo a ela. A fachada então nada mais é do que uma vista.
Assim como no corte, a fachada traz a informação da altura e a escada utilizada deverá ser a mesma da planta baixa e dos cortes.
Conseguimos te ajudar a entender melhor como é um projeto arquitetônico ténico? Esse é apenas o ponto do iceberg, afinal, muitas prefeituras e condomínios exigem detalhamentos específicos.
Por isso, antes de iniciar um projeto, a 123Projetei SEMPRE analisa o Plano Diretor e demais normas da cidade dos nossos clientes. Desta forma, eles não terão problemas em aprovar o projeto na prefeitura.
Aproveite para visitar outros artigos que temos disponívels em nosso blog. Há muito conteúdo gratuito aqui para você, relacionado a design de interiores, arquitetura e engenharia civil!